2025-07-29

Notre Dame de Paris

Hesitei em começar este desenho. Uma perspective difícil, sem verticais dominantes, sem pontos de fuga claros, uma composição sofrível,... mas estava ali mesmo, com a Notre Dame à frente, no cantinho de uma ponte, com um parapeito que fazia a mesa perfeita. Atirei-me a ele, começando com lápis porque o enquadramento era mesmo difícil.
Não tinha começado há 5min quando apanho um empurrão e um  "allez vous en, c'est ma place".
Fiquei surpreendido e respondi "mais c'est ma place aussi!".
Mas o energúmeno não desistia porque queria exactamente aquele local para estender no chão uma manta cheia de "Torres Eiffel e Notres Dame" com várias cores, formatos e materiais, além de outros souvenirs.
"C'est lá que je fais mon manège"... "Mais moi aussi!". E continuei o desenho até que a situação se tornou insuportável, com as bugigangas mesmo à volta dos meus pés e uma banda sonora insultuosa que nem saberia aqui reproduzir.
Tirei uma fotografia com o telemóvel e abalei com o desenho apenas começado.
Acabo por ter um desenho com tanto apoio fotográfico fora do local, que nunca poderá ser um Urban Sketch. A estes desenhos chamamos-lhes NUS - Not Urban Sketch.
Encontrei outro desenho (de 2006), aparentemente no preciso mesmo local, de inverno, sem folhas nas árvores, Pelos vistos há pontos de vista irresistíveis. Este sim, é um Urban Sketch. Aqui o enquadramento foi resolvido por corte no modelo. 













2025-07-28

"DIÁRIOS DE VIAGEM"

Em 2007 recebi um telefonema do Eduardo Salavisa (que não conhecia) propondo a inclusão de alguns desenhos meus no livro DIÁRIOS DE VIAGEM, que viria a ser publicado em 2008 e que foi seminal. Tinha acabado de chegar de Paris e, um dos desenhos que enviei para o Eduardo, foi este.
Recentemente voltei ao mesmo local e foi mais forte a recordação do livro e de todo o movimento que este livro ajudou a nascer -  primeiro os Urban Sketchers e depois os Urban Sketchers Portugal - do que a recordação de um centro comercial onde me sentei no chão a desenhar


















2025-07-20

Bragança

Camino de Santiago Português Via de la Plata;
Camiño Zamorense Português;
Camiño Zamorano Português.
Tenho começado as caminhadas uma hora antes da alvorada, tentando chegar ao destino antes dos 38ºC mas depois, à tarde, está tanto calor que não me apetece ir passear nem desenhar para a canícula. Não há cafés nem sítio nenhum onde ir e acabo por ficar num albergue sem interesse. Vou parar em Bragança e, mais tarde, recomeçarei o caminho a partir de lá.  


2025-07-19

Bragança

Bragança à vista. 

Em Bragança, o excelente albergue fica mesmo no castelo. É bonito, limpo, tem tudo o que é preciso e é gratuito. Nem estou habituado a ser tão bem tratado. Tenho mesmo que voltar aqui.




2025-07-18

Os lameiros

Camino de Santiago Português Via de la Plata;
Camiño Zamorense Português;
Camiño Zamorano Português.
Ladeando as ribeiras, ocupando os leitos de cheia, são aqui conhecidos como “lameiros” estas zonas mais ou menos planas, devegetação muito variada, normalmente usadas para pastoreio. Para mim são um elemento muito característico da paisagem do nordeste transmontano.


2025-07-17

Trás-os-Montes

Camino de Santiago Português Via de la Plata;

Camiño Zamorense Português;

Camiño Zamorano Português.

Nesta zona de Trás-os-Montes, já no Parque Natural de Montesinho, são muito frequentes as paisagens ripícolas, com pequenos, ou não tão pequenos ribeiros marcados por densa vegetação. Junto aos rios fica mesmo escuro, sossegado, por vezes ouvindo-se a água em pequenas cascatas. “… como este ribeiro manso, em serenos sobressaltos…”, no dizer do António Gedeão.

Raios de sol atravessam as copas e fazem floreados de luz.

Por todo o lado passarada, lagartos e cobras, gatos meio selvagens, rastos de javali…



2025-07-16

Camiños

Camino de Santiago Português Via de la Plata;
Camiño Zamorense Português;
Camiño Zamorano Português.
Regresso a Portugal, pela fronteira de Quintanilha.
Nós últimos km a fronteira é definida pelo Rio Maçãs e a entrada em Portugal faz-se por uma ponte rodoviária na estrada N218-1



2025-07-15

Caminhos Santiago

Camino de Santiago Português Via de la Plata;
Camiño Zamorense Português;
Camiño Zamorano Português.

Mais um bom passeio.

O percurso não é um trilho selvagem mas um caminho muito bonito através de soutos e bosques de carvalhos, sobreiros e azinheiras. Quilómetros de caminho limpo, sem lixo, sem pegadas humanas e com raros rastos de pneus.

Hoje havia fortes desentendimentos entre as muito vandalizadas marcações, o caminho propriamente dito e o GPS. Tive de voltar algumas vezes atrás.

Em Alcanices o albergue é o maior deste caminho. Tem 34 lugares. Curiosamente, este ano, sou o 35º peregrino a ficar aqui e, mais uma vez, fiquei sozinho. Claramente sobredimensionado.




2025-07-14

Caminho Português Via de la Plata

Camino de Santiago Português Via de la Plata;
Camiño Zamorense Português;
Camiño Zamorano Português.

A paisagem é variada e bonita. Coincidem searas com grandes bosques, muitos carvalhos, muitos castanheiros. Ao longe, montanhas.

Nos 21km entre Ricobayo de Alba e Fonfria não me cruzei com ninguém. Nem peregrinos nem habitantes. Ninguém. Nem mesmo quando atravessei duas pequenas aldeias.

Um excelente albergue em Fonfria onde, outra vez, fiquei sozinho.
























2025-07-12

Ricobayo de Alba

Camino de Santiago Português Via de la Plata;

Camiño Zamorense Português;

Camiño Zamorano Português.


Ricobayo de Alba é uma pequena aldeia junto a uma grande barragem e com uma apetecível praia fluvial.

 Estou realmente agradecido aos responsáveis pelo albergue em Ricobayo de Alba. É o primeiro depois de Zamora e é estrategicamente mesmo importante, mas o albergue em si é deplorável (e conheço muitos albergues ao longo do caminho) apesar de o hospitaleiro ser muito simpático.



2025-07-10

Caminho Português Via de la Plata

Caminho Zamorano Português, GRONZE:

https://www.gronze.com/camino-zamorano-portugues

 

Este “Camiño Zamorano Português” é novo e tão pouco conhecido que ainda não estabilizou o nome. Aparece também referenciado como “Camiños de Santiago, Camiño Português Via de la Plata” ou como “Camiño Zamorense Português”.

Uma das desvantagens de o caminho ser novo e pouco concorrido é não haver um guia (pelo menos eu não consegui encontrar nenhum), o que deixa lugar a algumas surpresas.

Chegando onde devia ser o final da primeira etapa – Almendra – verifiquei tratar-se de uma aldeia mínima, onde não encontrei rigorosamente ninguém, mas onde também não havia albergue. Nem mercearia. Nem bar ou restaurante… nada!

Tive que dar corda às botas e caminhar também a segunda etapa, até Ricobayo de Alba.





2025-07-09

Viseu

Viseu. Capela das Chagas.


2025-07-08

Tudo à volta

Singalong. Tudo em redor do músico... que ficou fora do desenho.


2025-07-07

Viseu

Viseu, Fonte de Sta Cristina, em dia de aniversário.


2025-07-01