Ainda demora a chegar à praia. É um caminho lindíssimo, que eu faço há muitos muitos anos. São cerca de 7km que normalmente faço em 1,5h (tem acentuados desníveis e não é o caminho mais curto). A primeira parte é por estradões mas depois são apenas trilhos muito remotos e isolados. Descobri que, há dois anos, fui a última pessoa a passar por lá. A segunda metade do caminho já não existe. Todas as hortas, pomares e pequenas cearas já não o são. É mato contínuo. As silvas passam por cima das ginjeiras e dos abrunheiros abandonados (apanhei uma barrigada). O progresso é dificílimo e muito penoso. Demorei três horas e quando cheguei à praia parecia o flagelado. Sangue e rasgões entre as botas e os calções, entre as mãos e as mangas da camisa. O estado do que foram pequenas parcelas agrícolas, ganhas com muito esforço, é comovente. Ninguém voltará a passar por aqueles trilhos. Eu para a próxima vez escolho os estradões.
No dia seguinte o fogo andou a passear por aqueles lados. Os bombeiros não podem mais do que esperar que ele chegue a locais mais transitáveis e ir borrifando com meios aéreos. É o destino do PNSC. É “a natureza”!
A praia é a da Ursa, claro. A mais bonita que conheço e onde em miúdo me abastecia de mexilhões e percebes. Agora vem nos guias e está transformada numa praia de nudistas…
Lembrei-me de fazer alguns bonecos e juntar vários outros que tenho do percurso e do local, para não me esquecer de como era.
6 comentários:
Excelente série de desenhos. Traduzem bem a atmosfera romântica de Sintra.
-Vá, digam adeus ao Sr.Tróia, que vos conhece desde pequeninos.
Eh pá! Nunca mais chegas à praia. Já estou cá com uma caloraça...
E continuo sem saber qual é a praia.
G.
Não dizemos!Não dizemos!Olaré, lari, loré!
Olá G
(Peço desculpa à Galeota, mas vou contar)
Ainda demora a chegar à praia. É um caminho lindíssimo, que eu faço há muitos muitos anos. São cerca de 7km que normalmente faço em 1,5h (tem acentuados desníveis e não é o caminho mais curto). A primeira parte é por estradões mas depois são apenas trilhos muito remotos e isolados. Descobri que, há dois anos, fui a última pessoa a passar por lá. A segunda metade do caminho já não existe. Todas as hortas, pomares e pequenas cearas já não o são. É mato contínuo. As silvas passam por cima das ginjeiras e dos abrunheiros abandonados (apanhei uma barrigada). O progresso é dificílimo e muito penoso. Demorei três horas e quando cheguei à praia parecia o flagelado. Sangue e rasgões entre as botas e os calções, entre as mãos e as mangas da camisa. O estado do que foram pequenas parcelas agrícolas, ganhas com muito esforço, é comovente. Ninguém voltará a passar por aqueles trilhos. Eu para a próxima vez escolho os estradões.
No dia seguinte o fogo andou a passear por aqueles lados. Os bombeiros não podem mais do que esperar que ele chegue a locais mais transitáveis e ir borrifando com meios aéreos. É o destino do PNSC. É “a natureza”!
A praia é a da Ursa, claro. A mais bonita que conheço e onde em miúdo me abastecia de mexilhões e percebes. Agora vem nos guias e está transformada numa praia de nudistas…
Lembrei-me de fazer alguns bonecos e juntar vários outros que tenho do percurso e do local, para não me esquecer de como era.
gosto deste :)
beijinho!
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