2007-07-13

Pimenteira



Em miúdo brinquei muito nesta pimenteira. Foi floresta tropical, castelo inexpugnável, inimigo a abater e baliza de futebol.
Carregava-se de pimentas encarnadas que, à tarde, enchiam o ar de um perfume forte.

A copa era grande e dava uma sombra consistente.

Hoje voltei a passar por lá.

A pimenteira está velha, sózinha, amputada e quase careca.

Já lá vão umas dezenas de anos...

10 comentários:

José Louro disse...

Muito bem resolvido. Pena não estar um pouco maior para eu ver o trabalho da linha.
Excelente.

Anónimo disse...

Obrigada pelo bonito testemunho da sua infância.
Galeota

hfm disse...

Belo. E que belas memórias, as árvores prestam-se tanto a isso.

Anónimo disse...

Falta a história do sótão e do que lá se fabricava... eheheh! Era nesta casa, não era?
Gonçalo
(Apeteceu-me pôr os bloggers a pensar. Sorry)

Gi disse...

Todas as crianças deviam ter uma árvore para pdoerem criar esses cenários de sonho e mais tarde recordarem . Como aqui se fez.

Noite feliz, um beijinho

Lori Witzel disse...

It's the old brokenness of the tree in contrast to the rather dignified, mute doorway that stopped me here.

It is a challenge drawing organic forms, but you've caught the tree's feeling and energy...nice tempo in the negative spaces, as always!

Cin disse...

something about the tree and the contrast with the door stopped me too, poor oold tree, a lovely portrait

SEMPRE disse...

É lindo o que diz sobre os tempos da sua infância quando as crianças eram crianças e sentiam os odores das árvores e da terra. Quando as crianças sabiam brincar, andar à pancada mas amar, viver e ter uma rebeldia que não era isenta de valores. Quando as crianças construíam os seus próprios brinquedos e afinavam a destreza manual dando asas à sua imaginação.Tão longe que estamos desses tempos e, ao mesmo tempo, parecem tão perto!

SILÊNCIO CULPADO disse...

Fiz uma viagem ao passado com este pequeno comentário.O meu pai a ensinar-me o manuseio de pequenas ferramentas no jardim da minha casa que tinha um lago.Eu conhecia as flores pelo cheiro e pelo nome. Hoje as crianças desconhecem a maior parte destas coisas, vivem agarradas às novas tecnologias e perdem o gosto pelas coisas simples mas afinal as mais gostosas e formativas.

Istari disse...

Que belo testemunho! Até eu fiquei nostálgica, e, fiquei aqui sentadinha a lembrar-me dos belos momentos que passei no terreno do meu avô a ajudar na "apanha da azeitona" ou em que ia lá com ele, apenas para apanhar pêras para o nosso lanche :) bons tempos... tenho saudades desses momentos